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» Démographie et richesse en Russie, les grands déséquilibres
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A palavra em compasso de urgência
“Trocando em miúdos”, segundo livro de contos de Luiz Paulo Faccioli, escapa das armadilhas do amor como tema capturando seus momentos mais sôfregos
São Paulo: heterogenética cidade literária
Colocou o papel com a citação à carne de ovelha na boca. Ele a macerou com a língua. Molhou-a. Tentou fazer brotar dela o enigmático sabor do animal estranho. Sentiu a tinta se desprender. Era a única coisa a conferir algum sabor exótico àquele repugnante alimento
Entre o livro-objeto e o livro-experiência
Ainda hoje, apesar de todas as transformações vividas pela sociedade nas últimas décadas, leitores adultos ainda torcem o nariz para livros que fogem ao estereótipo de simplicidade e didatismo comumente associado ao “livro para crianças”
A ternura masculina sem pudores
José Luis Sampedro não nos permite tirar a dignidade de seu protagonista: não há como sentir pena dele
A pobre senhora inspirou profundamente, inclinou-se para um lado e se pôs a tatear a superfície encardida da calçada
A arte de usar o tempo e o espaço a favor da boa literatura
Ao notar o vazio editorial e a tendência de crescimento da literatura fantástica, Fábio Fernandes e Jacques Barcia idealizaram a revista “Terra Incognita”
“Cidadezinha inglesa no domingo”, de Max Jacob
Nascido em 1876, Max Jacob participou das vanguardas poéticas e artísticas européias, ao lado de Jean Cocteau, Georges Braque e Pablo Picasso
No fundo, o único ponto realmente importante na literatura é o exercício da idéia
Ele, minha Alice, minha primeira Barbie, me olhou como quem faz um favor. Em seguida, arrastou as plataformas até o banheiro e sacou o batom da bolsa
Ao reencontrar as fisionomias, sou tomado pelo alívio. Estão todos ali, onde deveriam estar, indiferentes, na plataforma do metrô. Vejo-as congeladas, num estranho estado de suspensão, enquanto esperam o trem para subir
Libertado e traído pela revolução
Nos textos de Babel transitam desde retratos avassaladores de guerra e paz até histórias de amor pouco convencionais
Em “La bodega”, Noah Gordon constrói um panorama detalhado da cultura catalã
No fundo do meu sentimento, dou a última palavra, juro, até para ser ouvido na minha revolta: “quero água, abençoada água para não morrer; Deus, encha o céu de nuvens de chuva”
Machado de Assis, antes de tudo artista, é um grande fazedor de tramas, que embaralha maliciosamente as cartas e o leitor
Kadaré e sua cidade-pedra fundamental
Publicado pela primeira vez em 1970, “Crônica na Pedra” é fundamental para os que desejam se aprofundar no universo peculiar da criação do escritor albanês
Mais que filosofia, ciência e literatura
O mistério é o lugar onde não estamos, nem chegamos, a não ser por acreditar nele como algo a aceitar
O sonho (e o destino) dos heróis
“O sonho dos heróis” não é apenas a história de um indivíduo em busca de seu destino, mas a de certa Argentina no final dos anos 20
“Pó de parede”, da gaúcha Carol Bensimon, é formado por três histórias que têm como base a casa (no sentido físico, familiar e metafórico) e a memória
Bandeira religioso (e libertino)
A edição cuidadosa da antologia “Poemas religiosos e alguns libertinos”, de Manuel Bandeira, organizada por Edson Nery da Fonseca, nos permite observar alguns dos caminhos da inspiração banderiana pouco percorridos pela crítica
Os espelhos de Eduardo Galeano são cristalinos e impiedosos: pequenas visões que ferem apenas os muito vaidosos e os que acreditam que os valores estão na superfície dos corpos, nas imagens ideais e nas verdades inventadas
Os sertões: contemporâneo da posteridade
“O livro número um do Brasil”– que neste dezembro completa 106 anos de publicação – diz muito de um drama da história nacional, e também de dramas dos tempos atuais
No quinto número de nossa seção Vice-Verse, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle e dedicada a traduções de poesia e prosa em língua inglesa, apresentamos novos poemas de Ezra Pound, traduzidos do livro "Lustra"
As narrativas de José Cardoso Pires e Jean-Dominique Bauby funcionam de modo a resgatar a dignidade do homem diante de situações que teriam tudo para reduzi-lo à condição de simples joguete do destino, de “ser” impotente diante de uma condição que lhe escapa à compreensão
No fundo, “Flores azuis” é a jornada de Marcos em busca da compreensão de si mesmo. As cartas misteriosas são uma espécie de catalisador para a sua transformação pessoal
Scherzo com física e moleskine
Os objetos da física, os monumentos do quotidiano, os sabores, cores e temperaturas são aquilo que deles sentimos e vemos, imagens de um qualquer coisa bruto que está lá fora e que só aceitamos como mais real do que os sonhos porque temos a consciência e a convicção de estarmos despertos
“O passado”, de Alan Pauls, é uma viagem, uma vertigem cortazariana ao fundo do coração de um homem dilacerado, feito em pedacinhos como os bilhetes e papelotes que consome sem nem mesmo saber ao certo por quê
A impressão que tenho ao ler e reler qualquer um dos textos de Fernando Sabino é a de que tudo nele era puramente literário
Impressionismo em tons de cinza
Assim como “Respiração artificial”, de Ricardo Piglia, “História do pranto” já pode ser considerada uma obra importante sobre o período de exceção latino-americano
Não se dão conta do óbvio: partir de Marianna, por causa da própria natureza da cidade, significa voltar a ela
Um mapa dos corações humanos (de São Paulo e do Brasil)
O começo do livro é engraçado, cheio de brincadeiras do tipo perco-o-leitor-mas-não-perco-a-piada
A aventura intelectual chinesa
Anne Cheng consegue encontrar uma perspectiva equilibrada ou correta para apresentar aos ocidentais uma história do pensamento chinês
A mim, ninguém oferecia um gole, ao velho que já passou do tempo. Mas eu não sentia. Minha boca, enrijecida, já se acostumara à posição de paralisia, lábios e gengivas endurecidas sem ambição alguma de falar
Sobre literatura e outros defeitos
Nenhum romance ou conto, nem a soma do que li, me humanizou ou me induziu a ser uma pessoa melhor
Rubens Borba de Morais pesquisou bibliotecas européias, norte-americanas e brasileiras para escrever sua “Bibliografia brasiliana”, descritiva de livros raros sobre o Brasil de 1504 a 1900, verdadeiro monumento de erudição e pesquisa
De quando a literatura se despede de suas histórias
Como o escritor brasileiro escolhe escrever seus livros? Geralmente se apegando a somente uma forma de sofrer
Impossível deixar de admirar, linha após linha, página após página, o trabalho do artesão tapeceiro, que dedicado a cada detalhe não perde de vista o todo da composição e deita cada ponto no exato e único lugar em que precisa estar
O fútil, porque está tão aquém de nossa melhor dedicação, deixa entrever a existência de algo que é seu oposto absoluto
Grito provinciano – eco universal
O mundo das Adriennes não mudou tanto assim. É gente que você sabe que nunca escapará a uma sina de pequenez, sovinice, tristeza, exílio, desespero. Porque essa sina é tudo que tem, é sua explicação, seu nexo ontológico
Machado, seus relicários e raisonnés
Os contos de Machado de Assis carecem não apenas de edições adequadas, mas também e principalmente de estudos condizentes com sua relevância literária, que inclusive forneçam uma visão completa do conjunto
Não são poucos os poemas em que Bandeira aborda a infância como região idealizada, cuja simples rememoração pode amenizar o espaço presente da solidão, dor, perda, doenças e aporias que todo adulto precisa lidar [2]
“Maria de Sanabria – a lendária expedição das mulheres que atravessaram o Atlântico no século XVI”, do ítalo-uruguaio Diego Bracco, é um romance histórico sobre a aventura dessa nobre sevilhana que, em 1550, chegou ao litoral de Santa Catarina
As lições de um velho mestre incluem algo que deveria ser essencial para todos: a literatura
A trama de Saramago é simples mas não é agradável. Seus personagens abandonaram toda a esperança, como se diz no pórtico do inferno dantesco
Ela dava a volta por um lado da casa, ele partia correndo na direção oposta, mas era no armário de tia Argentina que acabavam os dois, fundidos naquele silêncio e naquela imobilidade
Uma estranha num país estrangeiro
Em “O encontro”, de Anne Enright, ganhador do Man Booker Prize de 2007, o passado ressurge como um país coberto de neblina
Não tente viver como um francês em Paris em agosto. Já ao longo do ano essa é uma idéia de turista com complexo de superioridade; no verão, simplesmente não é possível
Um longo adeus que não termina
Não faltam aos versos de Pedro Salinas a substância palpável e viva da experiência amorosa, que os afasta da mera abstração
Noites que ela guardaria pelo cheiro do cigarro, da terra batida das estradas furtivas, do desodorante impreciso que ele passava, e, por fim, de muito usá-la, aprová-la, repeti-la, ele a tinha declarado única, nunca conhecera carne, cheiro melhor
Quase ri dessa idéia absurda, outra que me cruzava o pensamento sem que eu soubesse de onde nem por que ela vinha. Mas me contive a tempo diante de um par de olhos que pareciam estar levando bem a sério a aventura
Espalham rapidamente as fotografias anteriores na mesa e decidem onde colocar a moça. Ela já está com um vestido longo, azul, semelhante aos usados na virada para os anos sessenta
Ergueu-se, abriu os braços, não sabendo como saudá-los senão assim, camisa aberta, arreganhado, ele Neno, ele total, a mangueira repleta
A traição da pátria e outras suposições literárias
Os escritores estrangeiros são recebidos aqui — e não há diferença se bem ou mal: eles são sempre mais importantes — com um tipo de sorriso bastante comum
Solaris é uma revista-portal que não pode ser encontrada em livrarias ou nas bancas – porque ela é mais uma ação viral que uma publicação
Notas sobre contos machadianos
Nem tudo da farta produção de Machado de Assis, quase uma centena e meia de narrativas breves, merece ser lido
As histórias da história de Biafra
“Meio sol amarelo”, de Chimamanda Ngozi Adichie, põe a história da tragédia de Biafra no mapa da geração Google
Na saga de Serapião Filogônio encontramos ecos de aventureiros arquetípicos, como Odisseu e Enéas
Enquanto a paisagem se reduz ao essencial, estes poemas nos falam dos movimentos interiores do “eu”, de suas hesitações
Pela terceira vez, teria de construir uma existência nova a partir de uma que já era inteira. Não que rejeitasse o desígnio. A esse ponto, já fervilhava o desejo de demolir noção atrás de noção, invadir uma a uma as camadas da outra vida, superar as definições reduzidas em nome da interminável descoberta
Em Philip Roth, como em J. M. Coetzee, a arte não redime nem consola
A Defesa Lujin – ou a precisão do texto
Vladimir Nabokov escrevia um texto como quem tece uma estrutura delicada, respeitando a etimologia do texto como "tessitura", como tecido, algo que é mais tramado e costurado do que criado do nada.
Os limites da doença literária
“Jaboc”, de Otto Leopoldo Winck, é um livro em homenagem às palavras, para que elas se guardem até na desgraça por vezes incompreensível que é escrever a qualquer custo.
Qual seria a desse cara? Por um instante imaginei que talvez sua preferência sexual fosse outra, e isso me deixou preocupado, ou talvez aquilo ainda fosse parte de algum plano macabro
No quarto número de nossa seção Vice-Verse, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle e dedicada a traduções de poesia e prosa em língua inglesa, apresentamos poemas de Ezra Pound, do livro "Lustra".
Para encontrar prazer na leitura de O conto do amor, o leitor precisa suspender suas crenças e se entregar à premissa de Contardo Calligaris – acredite ou não em reencarnação ou vidas passadas
Como praticamente tudo neste início de século, o nacionalismo sobrevive transferido para a esfera das relações pessoais. Os dialetos, a música, o futebol, os ídolos, a cozinha, as paisagens
Cees Nooteboom e Fernando Vallejo – estávamos diante de duas realidades completamente distintas: a latinidade tosca e furibunda do sul-americano em contraposição à placidez fleumática do norte-europeu puro-sangue
Aperto a bolsa contra o peito, cerro as pálpebras e encosto-me à pia, esperando que a vertigem se dissipe. Ouço, então, com alguma clareza, meu nome. Chamado, como num lamento, repetidas vezes
Lídia Jorge, esse amor exigente
O vento assobiando nas gruas, oitavo romance da autora portuguesa, exige tempo e dedicação, mas recompensa com uma obra única, que perdura na mente após o fim da leitura
Antônio Xerxenesky conduz o leitor ao inevitável clichê da montanha-russa de sentimentos: numa página, altíssimas gargalhadas; na seguinte, a torcida pelo casal; mais à frente, uma vontade descomunal de duelar. Ou então de saber para onde o vento leva a areia.
Jorge Gaitán Durán: a poesia no alto de um instante
Uma impressionante fusão entre erotismo e morte, luz e sombra
No Pequod – em busca de Moby Dick
“Moby Dick” conquistou admiradores nos mais diferentes quadrantes do planeta. Albert Camus, um deles, chamou seu autor de o “Homero do Pacífico”
Um discurso, quando o desejo é calar
Somos criados para aplaudir a mais dramática das desgraças; estamos acostumados a rir do sofrimento e derreter de comiseração pelas misérias. Mas a reação que temos diante de uma alegria pacata, digamos, de atirar pedrinhas no lago, é bem diferente. Bocejamos, viramos a página, mudamos de canal. A bonomia é coisa muito fastidiosa, sobretudo a dos outros
Quando demoramos a morrer, logo entramos na lista dos que já morreram. É inevitável. Não temos o direito de não morrer
Como lidar com o peso daquilo que é criação e que é inexistente, mas que ainda assim sobrevive ao tempo e nunca se desgasta?
A mão ensangüentada não segurava mais a gilete, mas ela não devia estar longe. Os dedos semidobrados estavam pretos, e em volta do pulso a branquidão extrema da pele era realçada por uma pulseira de sangue seco
Gente como a gente — ou algo parecido
Diferente de muitos de sua geração, Miranda July não é dada a pirotecnias visuais ou malabarismos narrativos. Suas histórias são bem diretas, e os personagens densamente construídos
Uma simples pergunta ou um profundo questionamento?
A literatura me atraiu porque nela encontrei histórias distintas, personagens mais humanos do que os reais, mundos que talvez eu nunca alcance
Os contos de Flannery O’Connor
Há quem tenha comparado Flannery O’Connor com Tchekhov, o que pode não dizer muito, já que se popularizou certa idéia, bastante redutora, de que qualquer conto de “atmosfera” seria tchekhoviano. Mas a comparação pode ser procedente, se considerarmos a objetividade da frase de Tchekhov, e a materialidade de suas descrições, muito ao gosto de O’Connor
Cheguei a fantasiar que o catalisador de toda a história desapareceria de repente ou revelaria ser um demônio, um duende, qualquer ser sobrenatural. Mas qual, o velho continuou encalacrado, olhos nos joelhos, como se nada se passasse à sua volta
Em "Pantaleão e as visitadoras", de Vargas Llosa, a sofisticação do risível está justamente nas sutilezas que o cercam e produzem o humor no seu sentido mais elaborado: no lugar que ocupa entre o cômico e o trágico
E quem os chineses não surpreendem?
Em coletânea de colunas publicadas no jornal inglês "The Guardian", Xinran se esforça para explicar as diferenças entre a China e o Ocidente – e acaba engrossando o coro dos atarantados pela complexidade e velocidade das mudanças naquele gigante asiático
Pierre Jean Jouve, dois poemas
Murilo Mendes escreveu sobre Pierre Jean Jouve em duas oportunidades, para os "Retratos-relâmpago" e para os "Papiers", textos em francês reunidos na edição cuidadosa de Luciana Stegagno Picchio
A pequena e valiosa glória dos prêmios literários
No caso de Joanna Kavenna, apesar de ter 34 anos, foi preciso um amadurecimento de sete romances terminados e rejeitados pelas editoras para que finalmente tivesse um reconhecimento
A lira múltipla de Lope de Vega
Lope Félix de Vega Carpio, chamado por Miguel de Cervantes de “monstro da natureza”, é um caso singular de fertilidade criativa
Um presidente negro que a história esqueceu
Se tivesse nascido uns trinta ou quarenta anos antes, Lobato provavelmente teria sido convidado para fazer parte da Fabian Society, que tinha entre seus membros H. G. Wells e Bernard Shaw, pregava o socialismo científico ou utópico e previa o progresso da humanidade por meio da ciência
Em “Ruído branco”, tecnologia e consumo são citados em profusão, e não apenas como parte do modo de vida prático, mas como elementos com que os personagens também criam ligações íntimas de pavor ou fascínio
Para boa parte dos seguidores de Pitágoras, o divino Um era a manifestação inteligível do universo, o Dois colocava diante do homem a presença dos opostos, o Três escancarava os portais do múltiplo
Ainda não havia feito a barba. Áspera. E, na narina, aquele pêlo. Pirata. Não, não era seu aquilo. Um pêlo que crescia de dentro pra fora, a incomodar-lhe, a roçar-lhe o buço, a lembrar-lhe a existência, minuto a minuto, a roubar-lhe tempo
Quem o visse, se o visse, de relance, nesse instante após a metamorfose, não sabia o que via, o que tinha visto, um vulto fugaz, um tiro veloz, um vasto susto, um engano da vista
A voz do homem está mais baixa e rouca, como se ele fosse chorar. Aqui, ó, aqui! Os olhos parecem que vão saltar do rosto e rolar na sarjeta. Agarra a mão e guia para a virilha. Há ali uma coisa cega e sem nome
Quando escrever deixou de ser uma arte
Hoje, o jornal que passa por debaixo da minha porta, salvo honradas exceções, é ilegível. Já fiz pesquisas em jornais antigos na Biblioteca Nacional e cheguei a sentir os olhos marejados – de raiva – pela comparação com o jornal pelo qual pago hoje
Cinco aspectos da imagem na literatura
Creio que a insistência em tentar reconhecer (inutilmente) na literatura contemporânea a semelhança com roteiros de filmes parte apenas primeiramente do leitor, que não consegue mais diferenciar de forma clara as duas (ou mais) artes
No terceiro número de nossa seção dedicada à tradução de poesia e prosa em língua inglesa, coordenada pela jornalista e tradutora Marina Della Valle, apresentamos dois poemas de Erín Moure
E eu não tinha uma droga de um par de algemas. Puxei o cadarço do meu tênis e o usei para amarrar os pulsos de Joana. Apertei o nó com força. Ela não resistiu. Pareceu-me que estava sorrindo