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Há cerca de vinte anos, um grupo de “assassinos loucos” semeou o pânico e a morte na Bélgica. Depois, evaporaram-se. Nada sobre sua identidade ou motivação. Gângsteres ou terroristas? Até hoje, ninguém sabe
- (01/08/2001)
No início da década de 80, poupados da violência que agitava a França, a Alemanha e a Itália, os belgas viviam dias tranqüilos, perturbados apenas pelas querelas da velha dupla formada por flamengos e francófanos. Mas, parafraseando Michel de Ghelderode1, a morte espreita, discreta e sedenta, pela janela.
No momento em que elege uma equipe dirigente de direita2, truculenta, a imagem do reino onde nada acontece começa a se trincar: indivíduos de extrema-direita incendeiam a sede do Pour, um semanário de esquerda; ativistas de uma milícia neonazista, a Westland New Post, roubam telex da Otan classificados Top Secret3; policiais são alvo de atentados à bomba. E, no dia 14 de agosto de 1982, malfeitores assaltam uma mercearia em Maubeuge, cidade francesa próxima à fronteira. Acontecimentos banais? Não exatamente. Os “matadores loucos” acabaram de entrar em cena. Esse “golpe” já traz sua marca: um assalto à mão armada com pilhagem irrisória, terminando com um tiroteio com a polícia, que não tentam evitar e no qual levam vantagem.
Nos meses seguintes, multiplicam os assaltos e roubos – de carros, de um depósito de armas, de um restaurante, de supermercados etc. – e liquidam, de quebra, uma dezena de pessoas. Os investigadores se perdem em conjecturas sobre o vínculo e a lógica que ligariam todas essas ações, assim como o comportamento singular desses criminosos inatingíveis que, no outono de 1985, assaltam três supermercados da empresa Delhaize. Balanço: 16 mortos por um punhado de francos e alguns quilos de café... Com o olhar perplexo de um terror indescritível, testemunhas presentes no local falam em cena do Apocalipse: três homens mascarados, que atiram em tudo que mexe, adultos e crianças, esvaziam as caixas registradoras, dão meia volta e conseguem fugir dos policiais que os perseguem.
Depois do último massacre, no dia 9 de novembro, em Alost, esses killers sem rosto – como personagens de um romance de Stephen King – nunca mais deram sinal de vida. Deixaram 28 cadáveres, sobreviventes marcados para o resto da vida, famílias de vítimas traumatizadas, uma população em estado de choque e um país em estado de sítio. O governo envia comandos de pára-quedistas para as ruas.
Desde então, ninguém conseguiu identificar esses sinistros assassinos, nem desvendar uma motivação qualquer. Destruindo qualquer pista que os pudesse trair, espalharam, no entanto, aqui e ali, indícios sutis – cartuchos – para reivindicar os 22 assaltos que lhes eram atribuídos com base nos carros e armas utilizados. Além dessa conexão, uma impressão digital truncada e retratos falados realizados tardiamente, hipóteses e suposições atravessadas por uma interrogação obcecada: seriam bandidos ou terroristas?
Empenhado em persegui-los há uns quinze anos, um “detetive” da Célula do Brabant da Valônia (CBW)4, que prefere guardar o anonimato, alinha os argumentos que levam, a seu ver, à pista do grande banditismo: “Os assassinos estavam vinte anos à frente de seus contemporâneos. Devem também sua impunidade a uma cultura e a uma prática judiciária ultrapassadas, arcaicas. Sua ferocidade? Pragmatismo levado ao paroxismo: eliminar tudo o que incomoda.” A mesma preocupação com a precaução absoluta com a Riot gun, pistola automática e outros revólveres utilizados: não haviam sido usados antes nem seriam usados depois. A mesma invisibilidade no “meio da bandidagem”. Ainda que revolvido para cima e para baixo, não saiu dele qualquer informação passível de ser explorada. E outra anomalia que, segundo o policial da CBW, poderia ser explicada: “Eles começam sua série pela França. Não estaríamos na presença de indivíduos que vieram do exterior e que aplicaram aqui métodos novos? Dado seu conhecimento de armas, podem também ter vindo de meios militares ou de mercenários”.
Ao contrário dessa interpretação, plausível, dos assassinatos, algumas pessoas, próximas do inquérito, privilegiam a hipótese da tentativa de desestabilização orquestrada por “cães de guerra” que, na época, consideravam a Bélgica como a “bola murcha” da Europa, e para quem o forte movimento de oposição popular à instalação dos euromísseis provocava insuportáveis coceiras. A ponto de semear o pânico? Há quem sugira uma transposição da estratégia de tensão que dilacerou a Itália.6
“Os assassinos são de extrema-direita. Possivelmente, contam com a participação de serviços de informações norte-americanos ou da Otan. Os ataques se parecem muito com operações de comandos. Além disso, não seriam possíveis sem apoio e cumplicidade dentro do sistema. Por que a Bélgica escaparia do que se passou na Itália? Quando os Estados Unidos sentem seus interesses ameaçados, têm a tendência a querer restabelecer a ordem. Para mim, a tese da estratégia da tensão parece a única possível para compreender o que aconteceu”, diz Michel Graindorge, advogado engajado, defensor de uma das partes civis.
A teoria é sólida, apoiada pela cronologia. Os “matadores loucos” surgem entre agosto de 1982 e dezembro de 1983. Em seguida, fim dos ataques. Exatamente quando – por acaso? – a polícia prende os membros de uma rede de delinqüentes, apresentados como culpados. Que pena! O tribunal de júri de Mons os absolve na primavera de 1988. Nesse meio tempo, as células comunistas combatentes6 entraram na dança macabra: de outubro de 1984 a dezembro de 1985, explodem sedes de bancos e sabotam oleodutos da Otan em um período em que a mobilização do movimento pacifista atinge seu ponto mais alto...
Teria alguém, na moita, passado a fabricar e manipular pistoleiros de extrema-esquerda, assim como de direita, para provocar o fortalecimento do aparelho repressivo do país que, afinal, é a sede de todas as instituições européias, da Otan e do Shape (Supreme Headquarters Allied Powers Europe)? “Sem excluir qualquer pista, é preciso levar em conta também essa política: a de extrema-direita e uma estratégia de desestabilização, a exemplo do que aconteceu na Itália”, afirma Claude Michaux, advogado-geral junto ao Tribunal de Justiça de Mons, que supervisiona a CBW. E acrescenta: “Mesmo se não dispomos de qualquer elemento incontestável com relação a isso, poderia muito bem tratar-se de terroristas disfarçados de assaltantes à mão armada, e os roubos e assassinatos visariam apenas a distrair a atenção. Vivíamos em um contexto de guerra fria. E a política de Ronald Reagan era de fortalecer o Ocidente diante do “perigo vermelho”. Ora, a opinião pública, em geral, e nossos dirigentes políticos, em particular, tendiam a considerar que ‘Tudo vai bem, não há perigo algum’ Talvez quisessem provar o contrário, aperfeiçoando o método empregado na península italiana, onde hoje já se sabe que os terroristas de extrema-direita, por exemplo, eram manipulados pelos serviços secretos. No entanto, os assassinos cometeram um erro: seu crime é perfeito demais. Uma precisão como essa permite imaginar que podem ter agido por conta de um serviço estrangeiro. Mas espero estar enganado pois, se efetivamente esse for o caso, talvez jamais a resposta seja encontrada. Talvez os próprios autores dos crimes tenham sido eliminados.”
Para tentar maiores esclarecimentos, os parlamentares constituíram duas comissões de inquérito. A primeira passou pelo crivo os dossiês criminais mais notórios da última década, em que se cruzam agentes secretos, skinheads e policiais duvidosos. Foi feita uma radioscopia do trabalho judiciário sobre os crimes. Finalmente, a comissão não conseguiu “se desfazer da impressão que esses crimes dissimulam outros motivos [...] e da convicção de que uma força oculta agia nos bastidores7”. A maioria vitoriosa nas eleições legislativas de dezembro de 1987 – composta por socialistas e social-cristãos – iniciou reformas visando, especialmente, a garantir um controle mais democrático dos serviços da polícia e de informações, durante muito tempo entregues a si próprios.
“A modernização do aparelho judiciário e policial começou sob o impulso dos assassinatos. Aquela época, portanto, constituiu uma virada. Até então, reinava o amadorismo. No entanto, eu me recuso a acreditar que os assassinos de Brabant tenham representado a expressão de uma criminalidade certamente violenta, mas comum. Percebo uma vontade deliberada de desestabilização, aproveitando-se do marasmo vigente. Um país em pleno marasmo econômico, situação propícia a ações irrefletidas, incontroladas. Não penso, todavia, que os assassinatos tenham levado a um Estado policial. Eles sobretudo aceleraram o fortalecimento do poder executivo”, lembra Thierry Giet, deputado, membro da 2ª comissão parlamentar8, que teve acesso, assim como a família das vítimas, ao processo e que levantou várias pistas que, no final, não levaram a parte alguma: assassinos encomendados, chantagem, pedofilia, complô neofascista, tentativa de rebelião da polícia... “Queríamos fechar portas, pôr um fim a rumores que durante muito tempo poluíram as investigações”, especifica o deputado.
Os progressos tecnológicos e científicos deram esperança, por um momento, de se desmascarar os culpados. Mas nem os testes de DNA efetuados em guimbas de cigarro, nem o detector de mentiras levaram a avanços reais. Isentaram suspeitos potenciais, em certos casos com um pesado passado judiciário.
Que conclusões tirar, quando já se esboça o fantasma da prescrição? A mensagem dos assassinos – se é que existe uma – e de seus hipotéticos mandantes continua indecifrável. Se queriam desestabilizar o país, não conseguiram. Sua ação tampouco serviu aos interesses dos possíveis defensores do Estado policial. A prova disso é o caso Dutroux9, que revelou a degradação geral de um edifício repressivo gangrenado. Ao fracasso atual do inquérito corresponderia, conseqüentemente, o dos crimes.10 Exceto para os que perderam a vida. E para seus familiares, que exigem justiça. E para a sociedade, que tem direito à verdade. (Trad.: Wanda Caldeira Brant)