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Seis dias após os atentados de 11 de setembro – e num cenário que se apresentava o pior possível para o mundo dos negócios – a Bolsa de Valores de Nova York reabriu com um certo otimismo: o índice Dow Jones só caiu 7,13%
- (01/11/2001)
A reabertura dos mercados, após quatro dias de fechamento, fez temer o pior cenário. Mas na noite de segunda-feira, 17 de setembro de 2001, o mundo dos negócios respirava aliviado: o índice Dow Jones dos valores industriais “só caiu” 7,13%. Em termos de comparação, durante o pregão de 19 de outubro de 1987, o Dow Jones tinha caído 22,6%.
As autoridades econômicas e financeiras, na realidade, multiplicaram os esforços para limitar o estrago: diminuição da taxa de juros, anúncio de ajudas federais maciças aos setores mais atingidos, apelo ao “patriotismo econômico” dos investidores (o colapso do mercado seria uma vitória dos terroristas...) e a seu senso de negócios (a experiência histórica prova que, a longo prazo, a guerra faz bem à economia), flexibilização de certas regras da bolsa (as empresas estavam, por exemplo, autorizadas a recomprar suas próprias ações).
Temiam-se, principalmente, as vendas a descoberto dos fundos especulativos (hedge funds). Ao apostar na queda, estes fundos, pouco dispostos a ceder aos apelos patrióticos (e sediados em sua maioria em paraísos fiscais), precipitaram-se a vender maciçamente títulos “emprestados” aos bancos e aos fundos de gestão. Para frear os impulsos especulativos e “jogar areia” numa engrenagem que podia revelar-se infernal, as autoridades financeiras pediram aos investidores institucionais para aumentar o custo desses “empréstimos”.
Conforme observou o diário britânico The Guardian, não existe “absolutamente qualquer diferença” entre essa lógica e a da taxa Tobin, que, no entanto, os operadores financeiros insistem em “denegrir sob o pretexto de que é inaplicável e inaceitável1”.
(Trad.: David Catasiner)
1 - The Guardian, 20 de setembro de 2001. Ler também, de Ibrahim Warde, “La taxe Tobin: bête noire des spéculateurs, cible des censeurs”, Le Monde diplomatique, fevereiro de 1997.