» Corbyn: Um apelo à ação carregada de utopia
» Dowbor: Em busca de saídas ao inferno da precarização
» Como socorrer o Brasil que tem fome
» Guerra: a questão do critério e a confusão da esquerda
» Colômbia: como esquerda reavivou esperanças
» Getninjas: o perverso leilão digital de trabalho humano
» En France et en Europe, ces lois qui créent des clandestins
» Évolution des budgets militaires des pays membres de l'OTAN
» Comment ça marche ? Les structures de fonctionnement de l'OTAN
» Ventes d'armes des États-Unis à leurs partenaires
» Opérations militaires de l'OTAN
» Mario Vargas Llosa, Victor Hugo et « Les Misérables »
» Des médias en tenue camouflée
» Jénine, enquête sur un crime de guerre
» Le monde arabe en ébullition
» Lawfare in the Mediterranean
» Lebanon: ‘Preserving the past in hope of building the future'
» The poisonous problem of France's nuclear waste
» Can Medellín change its image?
» Venezuela: a ‘country without a state'
- (15/10/2007)
Nas ruas de minha cidade
Automóveis movidos a dinheiro
E cavalos expõem suas vísceras,
Molhando o asfalto onde brotarão
Olhos cegos, salivando de fome
E de outras faltas quaisquer.
Mas nosso existir é de ausências,
O solo não se entrega ao pisar
Dos dias e noites por nós percorridos,
E ficamos de mãos dadas, mas perdidos
No resto das misérias que não nos pertencem.
Há um momento de ruas quase limpas,
De ruídos correndo longe,
Noite em que as bestas vêm dormir,
Em que canções de ninar se fazem ouvir
Num sussurro de quase amor. Assim,
Surdos às lacunas e atentos às esquinas,
Esperamos que o sol retorne
Enxugando as lágrimas, orvalho, o asfalto.
(Do ciclo “Poemas nostálgicos”)