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Homens e não
O primeiro romance da Resistência italiana chega ao Brasil, 62 anos depois da edição original. Em narrativa seca, Elio Vittorini foca a humanidade e o horror sem reduzir sua história a uma tese política. Uma resenha de Gregório Dantas
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Condições urgentes
Renata Miloni propõe: "o que penso ser preciso para escrever (e ler) é que jamais se deve abandonar as próprias marcas em nome de um conforto que, na verdade, não existe fora delas"
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Selena e o major
"Olhou bem pra cara do velho, o linho, o olhinho azul do velho, anel da mesma cor, bengala de castão. E começou a rir". Por Neuza Paranhos
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Das lágrimas
Ricardo Miyake, no ciclo Poemas Nostálgicos
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- (15/10/2007)
Na resenha “Humano e não-humano”, Gregório Dantas analisa Homens e não, do escritor siciliano Elio Vittorini. Romance da resistência contra o fascismo, Vittorini busca repetir nesse livro a fórmula de sua obra-prima, Conversa na Sicília: “Uma vez mais a palavra do escritor tenta superar os dados imediatos para tocar a verdade absoluta daqueles trágicos momentos”, afirma o italianista Giorgio Bárberi Squarotti. Na opinião de Gregório Dantas, Vittorini tem o mérito de não reduzir sua história a uma tese política, mas apenas revelar o horror – e, por meio dele, o paradoxo essencial da condição humana.
Renata Miloni – em “Condições urgentes” – reflete sobre as circunstâncias materiais necessárias à produção da escrita. Elaborando uma mescla de crônica e artigo, a autora comenta a indissociável relação que existe entre o espaço e a criação literária. Da caverna ideal de Kafka à parede repleta de post-its do escritor Will Self, Renata Miloni busca encontrar o eixo de silêncio e intimidade que permite aos escritores “irem ao lugar de onde trazem suas idéias”.
O conto desta edição – “Selena e o Major” – é assinado por Neuza Paranhos. De um encontro aparentemente banal na fila do banco, em uma cidadezinha do interior mineiro, surge o diálogo que não se esgota no bom humor ou no conflito de costumes e valores. Jamais saberemos se a reiteração da inesperada proposta instalou a dúvida no coração de Selena, mas a insistência do velho caudilho permanece, no fim da narrativa, como um sinal de certo Brasil antigo – e nunca superado.
Finalmente, dando seqüência ao ciclo “Poemas nostálgicos”, iniciado na semana passada, Ricardo Miyake fala sobre a cidade na qual o existir é feito de ausências, onde os amantes, apesar de unidos, sentem-se extraviados entre as misérias dos outros.
A edição desta semana confirma nossa idéia original: que Palavra se firme como um espaço dedicado exclusivamente à literatura, onde diferentes vozes possam não só expressar suas reflexões, mas também dar vida às suas quimeras.
Boa leitura!