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para a Dri
- (19/10/2007)
Nem tudo se perde nos vãos das calçadas.
Há dias assim, de encontrar cabelos brancos
No espelho e nas pessoas que amamos.
E lembrar que houve tempos de tardes cálidas,
Xícaras fumegantes e pães doces.
Horas de olhar a janela e o sol se pondo
E pousar nossas mãos na demanda do que se ia
Aos poucos, abrindo lacunas nas páginas escritas.
Mas nem tudo se perde nos desvãos dos afetos.
E a gente se encontra nas rugas, nas ruas,
Quem sabe um café aromoso ou a janela aberta
Trazendo à tona o que nunca foi perdido:
Tardes quentes, palavras que nos uniam, o saber
Dos líquidos que uma tarde repartíamos.
(Do ciclo “Poemas nostálgicos”)