» Etats et entreprises à l'assaut de la vie privée
» Au Proche-Orient, des frontières sans nations
» Agriculture : traire plus pour gagner moins
» Petits secrets entre amis à Sciences Po
» Alexeï Navalny, prophète en son pays ?
» La gauche, histoire d'un label politique
» Peter Watkins filme la Commune
» Faillite de la mission européenne au Kosovo
» Britain's outsourcing scandal
» In Iraq, breaking up is hard to do
» Sahel: shifting enemies, enduring conflict
» How much of a threat is Alexey Navalny?
» Little Sparta: the growing power of the UAE
» Little Sparta: the growing power of the UAE
» France's unwinnable Sahel war
- (19/07/2008)
Esta cidade de veias escuras
Arrasta consigo pessoas idem:
Apenas uma e outra ainda riem
Mas não sabe de quê, ou quem.
Nem por quê. Acresce levarem
Junto ao corpo os farrapos
Do que um dia foram e seus olhos
Mirarem um ponto além ou aquém,
Mas estão sempre felizes,
E isso, ao cabo, é o que sobra
Depois do esforço cotidiano
De se arrastar em ônibus cheirando a vômito
Em troca de um feijão com arroz pastoso
E gente mais ou menos igual.
O dia nasceu há pouco, e o sol
Promete mais odores de dentro dos esgotos.
Mas nada há de novo:
Pessoas, cidade, feijão, arroz e vômitos
Têm todos precisamente o mesmo gosto.