» Au Proche-Orient, des frontières sans nations
» Agriculture : traire plus pour gagner moins
» Petits secrets entre amis à Sciences Po
» Alexeï Navalny, prophète en son pays ?
» La gauche, histoire d'un label politique
» Peter Watkins filme la Commune
» Faillite de la mission européenne au Kosovo
» Les Nations unies face au conservatisme des grandes puissances
» In Iraq, breaking up is hard to do
» Sahel: shifting enemies, enduring conflict
» How much of a threat is Alexey Navalny?
» Little Sparta: the growing power of the UAE
» Little Sparta: the growing power of the UAE
» France's unwinnable Sahel war
» Latin America's feudal castle
CHÁVEZ, PRÁ QUE TE QUERO CHAVES?
Fala-se muito em Chavez, mas ele não é o protagonista. Tomá-lo como tal é cair na esparela, é reduzir em uma pessoa o protagonismo da nação Venezuelana. Ele até pensa que é, mas não passa de um eventual mandatário. No plebiscito a nação disse não! Não para o Eu; sim para o Nós!
Por seu turno, habilidosamente, o império rega a planta da idéia reducionista que muitos pensam que ser uma demonstração de fraqueza; quem comprar esta idéia vai acabar colhendo e comendo o fruto envenenado.
Para o império a tarefa de desmoralizar todo o processo ficará muito mais fácil quando todos pensarem que a revolução se ressume a uma pessoa. Inflam a vaidade daquele que, por si só, se sente o único protagonista e ficam esperando as falhas de uma só pessoa para descredenciá-la e, com isto, interroperem a corrida do cavalo que dispara com o freio nos dentes; a nação venezuelana.
Ao mesmo tempo em que inflam a vaidade do passageiro e circunstancial mandatário, semeiam a destruição da idéia. Abortam a disparada. Inflam a vaidade do homem para que ele busque a autodestruição, que virá por meio da perda da noção de quem é o verdadeiro dono do poder. Quando um se perpetua, ao cair leva tudo consigo colocando por terra todo o nascente protagonismo.
O passageiro mandatário deveria aproveitar a circunstancial oportunidade para fortalecer a nação e a revolução que está ocorrendo. Ao tomar para si o papel principal, amarra as mãos da nação ensejando o avantajamento do oponente.
A vaidade exacerbada gera a necessidade de ultrapassar as fronteiras em um movimento muito intenso que, no mínimo, divide as energias enfraquecendo o flanco principal ao descuidar das necessidades da sua nação.
É um paradoxo. Recebe a incumbência de organizar a nação consciente que emerge e de suplantar os interesses externos estabelecidos em sua pátria, e, no entanto, passa a ocupar-se de outras pátrias, enfraquecendo todas.
Se cuidasse de lustrar, polir a sua nação por certo ganharia muito mais do que a sua tentativa de se transformar em um transnacional.
Se focasse na sua nação, atingiria, por decorrência, a tão almejada transnacionalidade. A vaidade tende a enterrar mais um sonho libertário.
É fundamental reverter e passar a dar o crédito para os reais protagonistas e grandes mandatários: a nação, o eleitor, o povo Venezuelano.
A nação não necessita de um libertador, posto que ela é a libertadora; ela quer manter, sedimentar a nova liberdade conseguida. Para tanto, ela vai nomear tantos quantos for preciso, mas é fundamental ter presente esta realidade e não atrapalhar.
Chavez, prá que te quero chaves? Para abrir as portas de uma nova nação e não as portas para um novo patrão.
Esta é a minha leitura do plebiscito Venezuelano.