dezembro 2007
A janela do ônibus
carrega o sorriso do meu amor pra Boa Esperança.
Meu beijo, estatelado no vidro,
desembaça,
enquanto o resto do aceno dele
dobra a esquina mais triste deste mundo.
***
Um mosquito se afoga
na gota da mesa.
Que tragédia pequenina!
***
Acordei.
Espreitei.
Sobre a mesa, ninguém via,
comi um sorriso de melancia.
***
Girassol,
girassolzinho
gira sozinho.
Segue o sol,
ídolo quente
– invejado guia.
Rei de pétalas,
no ilustre canteiro,
as rosas são musas
do teu império amarelo.